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LEONEL MOURA

Uma nova forma de arte

Desde 1999 tenho-me dedicado à realização de um novo tipo de arte, baseada na utilização das mais recentes tecnologias, em particular no domínio da inteligência e da vida artificial. Em 2000 produzi, em colaboração com o investigador Vitorino Ramos, uma escultura gerada autonomamente por uma forma de vida artificial, conhecida pelo nome científico de ant system; em 2001 surgiram as primeiras pinturas que intitulei de ‘não-humanas’, realizadas por um braço robótico comandado igualmente por uma forma de vida artificial; e já em 2004, após um projecto de investigação e colaboração com engenheiros de robótica que durou três anos, apresentei os robots pintores, capazes de produzir com total autonomia pinturas e desenhos.
Neste processo, para além dos aspectos directamente científicos que não são desprezíveis, pois trata-se da primeira vez em que a robótica autónoma e colectiva e as teorias do caos e da complexidade são aplicadas à realização da arte, fica clara a intenção de abrir o território artístico a uma outra abordagem do fenómeno estético, assente numa nova relação entre homem e máquina.
Em particular os robots pintores levantam questões críticas sobre a ideia de arte e, ainda mais profundamente, sobre o carácter antropocêntrico da quase totalidade das noções correntes de cultura.
Naturalmente que a percepção desta realidade e seu alcance conceptual e prático, obriga a um entendimento profundo do que realmente se passa na emergência destas formas, geradas por máquinas inteligentes e dotadas de uma ‘vontade’ de concretização estética. Afinal os robots pintores vivem para a sua pintura, utilizando mecanismos de apreciação formal, através de sensores, não muito distintos daqueles que qualquer forma de vida natural utiliza na realização das suas tarefas mais elementares.
A necessidade de contribuir para este entendimento profundo, sem o qual, estas acções e respectivas obras de arte, se resumem a uma mera provocação vanguardista, implica assim uma alteração de atitude da minha parte, derivando da de produtor directo de obras, para a de construtor de ideias e situações de ruptura com os conceitos dominantes a começar pelos da prática artística corrente.
É neste contexto que encaro a minha participação no projecto “Voyeur”.

Leonel Moura
6 de Dezembro de 2004

GROUP EXHIBITIONS: (SELECTION)
2004     "Campus Europe Art", Université Pierre et Marie Curie, Paris
             "Le Corps en Perspective", Galerie Frederic Giroux, Paris
             "Mascaras, Camuflaje y Exhibicion” Fundacion el Monte, Sevilla
2003     "Mascaras, Camuflaje y Exhibicion” , Palacio de la Merced, Cordoba
             “Microutopias” , Valencia Biennal, Valencia
             "Campus Europe Art", L'Atelier Culture, Dunkerque
2002     “Oeil pour Oeil”, Le Rectangle, Lyon
             "Arte Portugues: Argumentos de Futuro", Fundacion del Instituto de Crédito Oficial (ICO),
              Madrid
             "Campus Europe Art", Université de Nanterre, Nanterre
2000     "Arte Non Stop”, Teatro Taborda, Lisboa
             "Collection MEIAC”, Centro Cultural de Cascais, Cascais
             "Artistes-Architectes, Une Histoire De L’Utopie Au XX^e Siécle”, Tours
1999     "Pleasure or Terror”, RAM Foundation, Rotterdam
             "Vanguardias del Arte Portuguès Anos 60 y 70”, Fundacion I.C.O., Madrid
             "Quelques Unes”, Institut D’Art Contemporain Nouveau Musée, Villeurbanne.
             "Obras da Colecção de Serralves– Anos 80”, Museu Abade de Baçal, Bragança
1998     "Alternativa Zero”, Galleria Bianca, Cantieri Cultural Alla Zisa, palermo
             "Arte Portuguesa dos Anos 80” Sociedade Martins Sarmento, Guimarães
             "Ex-Mater”, Centro Cultural de Belém, Lisboa.
1997     "Interior/Exterior”, Galeria Municipal do Convento do Espírito Santo, Loulé.
             "Perspectiva: Alternativa Zero”, Fundação de Serralves, Porto.
             "L' Espace Construit”, Fonds Regional d´art Contemporain du Centre, Orléans.
          "Ecos de la Materia”, Sala da las Atarazanas, Valencia
          "El Ruido del Tiempo”,  ”, Ayuntamiento de Pamplona, Pamplona. 
             "El Ruido del Tiempo”,  Sala Amàrica, Alava
1996     "Ecos de la Materia”, MEIAC, Badajoz.
             "Dez Anos Depois”, Galeria Quadrado Azul, Porto.
             "El Ruido del Tiempo”,  Sala Canal de Isabel II, Madrid.
             "Die Schrift des Raumes”, Kunsthallewien, Viena, Galerija Gabrijel, Sarajevo.
             "Artistes / Architectes”, Nouveau Musèe / Institut d´art Contempoarin, Villeurbanne.

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http://www.lxxl.pt/moura/